TEORIA COMUNICACIONAL DA VIOLÊNCIA

Já verificamos que a violência é uma resposta a um estimulo.
Assim, temos:
Pergunta: Quem responde com violência?
Resposta: O emissor.
Pergunta: Quem vai ser submetido a violência?
Resposta: O receptor.
Pergunta:Qual o significado da violência?
Resposta: A mensagem.
Pergunta:Quais são as regras de entendimento, combinadas(implícita ou explicitamente) entre o emissor e o receptor que permitem a violência?
Resposta: O código.
Pergunta:Quais os ambientes ou situações que referenciam a violência?
Resposta: O contexto.
Pergunta:Qual é o meio usado para transmitir a violência?
Resposta: O contacto ou canal.
Aqui, aparentemente, a violência significa um entendimento combinado sobre uma mensagem que, em determinado contexo, um emissor transmite para um receptor, usando um canal ou contacto apropriado.
A violência não tem de ser uma mensagem, ela pode também ser um código violênto, um contacto ou contexto violentos ou qualquer outro elemento da comunicação.
A linguagem da relação violênta tem as suas funções:
Quando se centra no emissor da violência, salientando as suas opiniões, sentimentos e emoções; predomina a função emotiva ou expressiva.
Quando se centra no receptor da violência de modo a influenciá-lo, ou chamar a sua atenção, como ocorre nos discursos políticos em que se pretende a persuasão; predomina a função apelativa ou conativa.
Quando se centra ou coloca em evidência a própria resposta violenta como modo de interacção entre as partes; predomina a função poética.
Quando se centra na forma ou método de violência utilizado para comunicar com o outro; predomina a função metalinguística.
Quando se centra nas informações objectivas que a violência procura transmitir entre o emissor e o receptor; predomina a função denotativa ou referencial.
Quando se centra na contacto violento como meio de comunicação; predomina a função fática.
A perespectiva comunicacional da violência não abrange todos os seus aspectos. De facto, esta perespectiva pressupõe um emissor e um receptor e, na violência autodirigida, os dois elementos confundem-se. Também aqui a violência é entendida como uma resposta comportamental dirigida para o exterior, o que na maior parte da situações violentas, não acontece. Efectivamente as respostas violêntas, aos estimulos desencadeantes, são na sua grande maior parte fisiológicas, emocionais ou sentimentais, da esfera privada do respondente. Estas respostas podem compreender, desde meras fantasias cógnitivas, até repostas endócrinas e fisiológicas próprias do organismo respondente e sem qualquer manifestação externa.