ABORDAGEM POLITICA DA VIOLÊNCIA

Actualmente a concepção da relação violenta que, nesta matéria, monopoliza todo o pensamento humano, centraliza-se no receptor dessa violência. Esta abordagem da violência, tem as suas origens no pensamento político. Efectivamente os políticos, dirigem-se aos receptores das suas mensagens, com a finalidade de os influênciar e coagir, isto é, fazem apelo ao voto ou, já no poder, usam da força conativa da vontade pessoal para coagir as pessoas.
Naturalmente os comportamentos e acções violentas centrados no receptor são exercidos por todas as pessoas cujo objectivo é mudar o comportamento alheio. Assim, além da propaganda e acção politica, também as actividades comerciais dirigidas ao consumo e as activistas relacionadas com os direitos das vitimas, são uma forma de violência, já que causam necessidades e insatisfações que de outro modo não seriam sentidas. A análise politica da violencia resulta de as analistas serem sempre lideres de movimentos sociais, com o objectivo de atingirem o poder poilitico; assim, elas próprias projectam os seus sentimentos e desejos escondidos de alcaçar o poder, nos emissores de respostas violentas, e desconsideram as outras formas de abordar a violência. Estas pessoas estão também muito habituadas a usar a violência social e pressões de toda a ordem para alcançar a liderança e supremancia e, por isso, apenas consideram o uso da violência, como forma de exercicio de poder sobra a vitima. Usam a violência para combater a violência e entram, assim, num circuito fechado e amplificador dos comportamentos violêntos. De facto, ainda que o estado, como comunidade politicamente organizada, se autolegitime no uso da violência; esta só pode ter a sua expressão quando usada por pessoas. As pessoas que executam a violência organizada do estado contra o cidadão são, elas próprias, violentas.
Não é por a violência, dos grupos organizados em associações, partidos, etc., constantemente propagandeada nos meios de comunicação social, ser praticada com a conivência do estado, que esta deixa de causar dano e sofrimento aos cidadãos, vitimizados. Por outro lado quem, lider de organizações sociais, com a permissão do estado, pratica a violência, sublima a sua atitude agressiva de tal ordem que, acredita estar a contribuir para aliviar o sofrimento das vitimas, quando de facto o que faz é criar novas vitimas.